Conjuntivite: O que é, quais os tipos, como se contrai e como tratar 2i3f3y
30/05/2025
A conjuntivite é uma das doenças oculares mais comuns que atendo no consultório, especialmente em épocas de calor ou de grande circulação de pessoas.
Ela consiste na inflamação ou infecção da conjuntiva, aquela membrana fina e transparente que recobre a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras.
O resultado? Olhos vermelhos, ardendo, muitas vezes com secreção e uma incômoda sensação de areia ou corpo estranho.
Apesar de ser um termo único, a conjuntivite pode ter diversas causas, e entender a origem é fundamental para um tratamento adequado.
Ela pode ser comparada a um guarda-chuva que abriga três tipos principais: a viral, a bacteriana e a alérgica.
A mais frequente, especialmente em surtos, é a conjuntivite viral, provocada na maioria das vezes por adenovírus.
É altamente contagiosa, podendo se espalhar rapidamente em ambientes coletivos como escolas, creches e escritórios.
O simples contato com as mãos contaminadas ou com objetos de uso comum, como toalhas e maquiagem, pode ser suficiente para transmitir o vírus.
Já a conjuntivite bacteriana, embora menos comum, também preocupa bastante.
Ela surge a partir da infecção por bactérias como o Staphylococcus aureus ou Streptococcus pneumoniae.
Assim como a viral, é contagiosa, mas se diferencia por apresentar uma secreção mais espessa, de aspecto purulento.
Higiene inadequada e o mau uso das lentes de contato são fatores de risco importantes nesse caso.
Por fim, existe a conjuntivite alérgica, que não é causada por microrganismos, mas sim por uma reação do nosso próprio sistema imunológico a substâncias como poeira, ácaros ou pólens.
Quem sofre de alergias respiratórias, como rinite ou asma, está mais propenso a desenvolver esse tipo de conjuntivite, que geralmente se manifesta com coceira intensa e lacrimejamento, mas sem risco de contágio.
Os sintomas variam de acordo com a causa, mas alguns são praticamente universais: olhos vermelhos, sensação de ardência, desconforto ao piscar e, dependendo do caso, secreção ocular.
É importante prestar atenção no tipo dessa secreção e na presença de outros sinais como inchaço das pálpebras ou fotofobia (sensibilidade à luz).
Quando o paciente chega com esses sinais, o primeiro o é identificar a causa da conjuntivite, pois isso define o caminho do tratamento.
Para as conjuntivites virais, infelizmente, não há um antiviral específico; o tratamento é de e, com compressas frias, lubrificantes oculares e, sobretudo, repouso e paciência, pois costuma durar de uma a duas semanas.
É fundamental, nesse período, evitar o contato com outras pessoas para não propagar a infecção.
Já a conjuntivite bacteriana exige uma intervenção medicamentosa mais direta, com colírios ou pomadas antibióticas prescritos após a avaliação médica.
A melhora costuma ser rápida, mas é essencial seguir corretamente a orientação para evitar complicações e recidivas.
No caso da conjuntivite alérgica, o foco é controlar a exposição aos agentes causadores e aliviar os sintomas.
Normalmente indico colírios antialérgicos ou lubrificantes.
Em quadros mais intensos, pode ser necessário o uso de anti-inflamatórios, mas sempre com acompanhamento, pois o uso indiscriminado de medicamentos pode trazer riscos aos olhos.
Independentemente do tipo, há algumas orientações aos pacientes: evitar coçar os olhos, lavar frequentemente as mãos, suspender o uso de lentes de contato durante o tratamento e jamais compartilhar objetos de uso pessoal, como toalhas ou fronhas.
Essas medidas são essenciais tanto para a recuperação quanto para a prevenção de novos episódios.
Em alguns casos, a conjuntivite pode se agravar ou ser sinal de uma condição mais séria.
Por isso, sempre recomendo procurar um oftalmologista se os sintomas forem muito intensos, se houver dor significativa, dificuldade para abrir os olhos ou, principalmente, se houver qualquer alteração na visão.
Em resumo, a conjuntivite é uma doença que, embora normalmente benigna, requer cuidados e atenção.
O diagnóstico correto é a chave para um tratamento eficaz e para evitar complicações.
E, claro, a prevenção, através de hábitos simples de higiene, continua sendo o melhor remédio.
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